Investimento público ditou “ritmo alucinante” da geração de emprego, diz sociólogo
O sociólogo e diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, atribuiu o “ritmo alucinante” da geração de empregos no Brasil apontada pela RAIS 2009 ao investimento produtivo e de transferência de renda do poder público. “Esse ímpeto na criação de emprego está ligado à participação do Estado como investidor”, disse ele ao blog.
Segundo Ganz Lúcio, ninguém imaginava, há dez anos, expansão tão significativa da economia brasileira e da geração de trabalho. “Essa mudança tão forte e nessa velocidade que estamos vendo era impensável no final da década passada”, avaliou.
O diretor técnico do Dieese disse que as empresas, até então orientadas a restringir os investimentos, foram obrigadas a um reequipamento da produção a fim de enfrentar os desafios do crescimento. Ele também alertou para a necessidade da capacitação de mão de obra.
“Essa formalização dos últimos anos não significa totalmente qualidade de emprego. É muito bom que ela ocorra mas o país terá de responder às exigências quanto ao nível de qualidade que o mercado vai exigir”, afirmou.
O ministro Carlos Lupi divulgou nesta quinta os números da RAIS 2009. No ano passado foram criados 1,766 milhão de novos empregos. Em seis anos e meio o volume de postos de trabalho criados chegou a 14 milhões. Hoje são 42 milhões os trabalhadores com carteira assinada no país.