AUDIÊNCIA PÚBLICA REFORÇA A LUTA PELA VALORIZAÇÃO DOS DIRETORES E GESTORES ESCOLARES NO DF

Na noite de 26 de fevereiro de 2025, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sediou uma Audiência Pública para debater a gratificação dos diretores das escolas públicas, uma pauta importante para a valorização da gestão educacional. O evento, proposto pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT), reuniu os deputados federais Gabriel Magno (PT) e Érika Kokay (PT-DF), além de diretores do SAE-DF, como Victor Hugo, Denivaldo Alves e Andressa Barros da Costa.

O principal tema da audiência foi a exclusão dos diretores e gestores escolares do reajuste de 25% concedido a outros cargos comissionados do GDF. Os profissionais da educação questionam essa desigualdade, já que as responsabilidades da gestão escolar são imensas e fundamentais para o funcionamento das unidades de ensino.

A fala de Victor Hugo, diretor da Secretaria de Relações Institucionais do SAE-DF, foi um exemplo que representa a realidade de todas as escolas da rede pública. Ele destacou a diferença na gratificação para profissionais que atuam na zona rural, apontando que servidores da carreira PPGE (Políticas Públicas e Gestão Educacional), como diretores e supervisores administrativos, recebem valores inferiores aos dos professores, mesmo enfrentando as mesmas dificuldades de deslocamento e trabalho.

Victor Hugo defende valorização dos gestores escolares. Durante a audiência pública, ele destacou desigualdades na gratificação e cobrou reajuste para diretores e equipe administrativa.

O depoimento dele expôs um problema estrutural: a desvalorização não se restringe apenas aos diretores e vice-diretores, mas também atinge os demais cargos administrativos escolares, como secretários escolares e supervisores administrativos. Esses profissionais são responsáveis por tarefas essenciais para o funcionamento da escola, como gestão financeira, organização documental e atendimento à comunidade, mas não recebem reconhecimento compatível com suas responsabilidades.

O Papel dos Gestores Escolares e a Desigualdade na Gratificação

Já o deputado Chico Vigilante destacou que a gratificação recebida pelos diretores é insuficiente até mesmo para cobrir os custos de deslocamento para o trabalho, principalmente em escolas localizadas em áreas mais distantes. Ele ressaltou que os diretores não apenas administram a escola, mas também atuam como psicólogos, mediadores de conflitos e gestores financeiros, garantindo que o ambiente escolar funcione da melhor forma possível.

Chico Vigilante defende reajuste para diretores escolares. Imagem: TV CLDF

Os diretores Denivaldo Alves e Andressa Barros da Costa, do SAE-DF, também marcaram presença no evento, reforçando a importância da mobilização dos profissionais da educação e a necessidade de um reajuste justo para todos os gestores escolares.

Os deputados Gabriel Magno e Érika Kokay reafirmaram seu compromisso com a valorização da educação e a luta por isonomia salarial. Ambos reforçaram que é inaceitável que os gestores escolares fiquem de fora do reajuste concedido a outros cargos do GDF e se comprometeram a atuar para corrigir essa injustiça.

A audiência pública não foi apenas um espaço de debate, mas um momento para fortalecer a mobilização da categoria. Ficou evidente que a luta não deve se limitar apenas à equiparação da gratificação dos diretores, mas sim à valorização de toda a equipe administrativa das escolas.

Ao final da audiência, foram definidos alguns encaminhamentos:

  1. Criação de uma comissão para acompanhar as negociações e pressionar o GDF pela correção das desigualdades salariais.
  2. Discussão de um possível projeto de lei para garantir a valorização e isonomia das gratificações.
  3. Mobilização contínua da categoria, com participação ativa dos profissionais administrativos, diretores e sindicatos.

A audiência pública deixou claro que a valorização dos diretores e gestores escolares é uma questão de justiça e necessidade para o fortalecimento da educação pública. Não se trata apenas de um ajuste financeiro, mas de reconhecer o papel fundamental que esses profissionais desempenham na organização e qualidade do ensino.

A luta por uma remuneração justa, compatível com as responsabilidades desses cargos, deve continuar com união e mobilização. Os próximos passos dependerão da pressão da categoria sobre os parlamentares e o governo para garantir que os direitos dos profissionais da educação sejam respeitados.

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