Bolsonaro planeja privatizar a Previdência, diz diretor do Diap

A reforma da Previdência, carro-chefe do governo golpista de Michel Temer, volta a assustar os brasileiros. Isso porque o presidente da ultradireita eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já sinalizou que pretende retomar os debates sobre o tema no Congresso Nacional ainda este ano. Entretanto, o texto da reforma que hoje acaba com a aposentadoria dos brasileiros, pode ficar ainda pior.

De acordo com o jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Antônio Augusto de Queiroz, o governo Bolsonaro enxerga a reforma da Previdência de Temer “capenga”, mas “segue apoiando parte do texto como resposta ao mercado”. A ideia do novo governo, na verdade, seria, segundo Queiroz, “privatizar a Previdência, tornando-a um grande negócio; instituindo um teto muito baixo e retirando do seu perfil seus pilares de proteção à sociedade”.

Antônio Queiroz explica que, para aprovar o atual texto da reforma da Previdência é necessário primeiro suspender a intervenção militar no Rio de Janeiro. Além disso, Bolsonaro teria ajustes a fazer no projeto de Temer, o que depende de uma emenda aglutinativa ao texto, trâmite que necessita de tempo para ser finalizado. “Não há tempo hábil para aprovar uma reforma da Previdência este ano. Este novo governo também tem que negociar o conteúdo da proposta, construindo um ambiente favorável para a aceitação dos seus interesses. Hoje, o novo governo não tem a maioria dos votos, mas tem potencial”.

Nas próximas semanas, Bolsonaro deve se reunir com Temer para ajustar a transição dos mandatos. Dentre os temas debatidos, a reestruturação do sistema previdenciário ― de interesse dos dois lados― ganhará destaque. Em entrevista à Rede Record, o capitão reformado afirmou que planeja negociar a aprovação de, pelo menos, parte do que está em tramitação. O atual texto da reforma impõe uma idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres para requerer aposentadoria. Além disso, aumenta o tempo de contribuição mínima ao INSS de 15 para 25 anos. Também seria necessário contribuir pelo menos 40 anos para obter o benefício integral.

Na avaliação do secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, a classe trabalhadora e as entidades que a organizam devem estar diariamente pressionando os parlamentares para que não seja aprovada no apagar das luzes uma reforma da Previdência que corte na carne do povo.

“Há uma nítida troca de interesses entre o atual governo e o presidente eleito. O futuro dirá qual será a moeda de troca. A reforma de Temer é totalmente nociva para todos os segmentos da sociedade e não foi discutida com o povo. A de Bolsonaro provavelmente será ainda pior. Precisamos estar atentos para as próximas ações do Congresso. É o futuro da nossa aposentadoria que está em jogo”, destacou.

Fonte: CUT Brasília

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