CRISE DE SEGURANÇA EM ESCOLAS DO DF: URGÊNCIA DE CONCURSOS PARA VIGILANTES E PORTEIROS FRENTE A INSEGURANÇA GERADA POR SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
Recente incidente de violência na Escola Classe 803 do Recanto das Emas destaca a necessidade de agentes de políticas públicas e gestão educacional com especialidade em vigilância e portaria permanentes e especializados em lidar com o público escolar
O recente incidente violento na Escola Classe 803, no Recanto das Emas, onde uma mulher agrediu uma professora e um educador social voluntário, reacendeu as discussões sobre a segurança nas escolas públicas do Distrito Federal. Este episódio não é apenas um caso isolado, mas um sintoma de um problema maior: a falta de vigilantes e porteiros concursados nas escolas, que são substituídos por serviços terceirizados, muitas vezes inadequados para as necessidades específicas de um ambiente escolar.
As escolas, espaços de aprendizado e desenvolvimento, estão se tornando cenários de insegurança, onde episódios de violência preocupam pais, alunos e profissionais da educação. Na Escola Classe 803, a direção há dois anos solicita mão de obra qualificada para a região de ensino do Recanto das Emas sem sucesso. A ausência desses profissionais durante o dia foi criticamente destacada após o incidente violento ocorrido logo após o término das aulas, um momento em que a presença de responsáveis é comum e permitida.
Providências do SAE:
Após tomar conhecimento do incidente na Escola Classe 803 do Recanto das Emas, o SAE-DF agiu prontamente. Representantes do sindicato visitaram a escola para colaborar diretamente com a direção, buscando soluções imediatas para a crise de segurança. Com o objetivo de fortalecer a vigilância e proteção da comunidade escolar, o SAE-DF propôs um plano de remanejamento estratégico, que inclui a realocação de vigilantes efetivos e agentes de portaria entre as escolas locais. Esta ação visa assegurar uma presença mais constante e eficaz de profissionais capacitados e familiarizados com as necessidades específicas do ambiente escolar, proporcionando assim um ambiente mais seguro para alunos, professores e funcionários.
Paralelamente, o Sindicato está em negociações avançadas com a Secretaria de Educação para desenvolver um estudo de impacto que viabilize a criação de uma gratificação especial. Esta medida tem como objetivo incentivar os vigilantes efetivos que trabalham no período noturno a assumirem também funções de portaria diurna, compensando-os adequadamente através de uma substituição do adicional de periculosidade e adicional noturno, sem que haja perda financeira para os profissionais. Tal iniciativa visa não apenas melhorar as condições de trabalho dos vigilantes, mas também garantir uma vigilância contínua e eficiente nas escolas durante todo o período de funcionamento, reforçando a segurança e a proteção de toda a comunidade escolar.
Denivaldo Alves, Secretário Geral do SAE-DF, afirma: “Este incidente sublinha a urgente necessidade de repensarmos a segurança em nossas escolas. Não podemos continuar dependendo de serviços terceirizados que não atendem às especificidades do ambiente escolar. Os vigilantes terceirizados são muitas vezes preparados apenas para proteger o patrimônio, e não as pessoas que fazem parte da nossa comunidade escolar. Precisamos de concursos públicos para contratar profissionais qualificados que compreendam e integrem-se ao ambiente educacional.”
Ronnie Von Baptista Ferreira, diretor do SAE-DF e agente de vigilância, também expressa preocupação com a tendência de terceirização: “Como alguém que já esteve na linha de frente, vejo que substituir vigilantes efetivos e porteiros que conhecem e têm um vínculo com a comunidade escolar por terceirizados é um retrocesso na nossa capacidade de garantir um ambiente seguro. É essencial que esses profissionais sejam mais do que guardadores de patrimônio; eles devem ser guardiões das nossas crianças e educadores.”
A necessidade de vigilantes especializados e permanentes é evidenciada não apenas pelo recente incidente de violência, mas também pela resposta inadequada a emergências e pelo desconhecimento do contexto social dos alunos e funcionários. Estes profissionais desempenham um papel importante no estabelecimento de um ambiente seguro e acolhedor, essencial para o sucesso educacional.
Apesar das descontinuações desses cargos, mas diante desta realidade, o SAE-DF insta as autoridades competentes a realizarem concursos públicos para preencher essas vagas essenciais, garantindo assim a segurança e o bem-estar de todos no ambiente escolar. A segurança das escolas não pode ser comprometida pela falta de profissionais adequados; é imperativo agir agora para evitar futuros incidentes e promover um ambiente de aprendizado seguro e produtivo.