Rollemberg faz reunião para tentar cooptar sindicatos e esvaziar a luta

Existe uma pauta de reivindicações comuns do funcionalismo que até agora não foi discutida e cada categoria também tem sua pauta específica. Na reunião desta quinta-feira(09), o que fizeram foi uma tentativa de nos golpear, esvaziar nossa mobilização e luta. Em vez de nos ouvir e dialogar, o governador reuniu os sindicatos para apresentar desculpas para não resolver o problema geral nem de nenhuma categoria, não dando nem a oportunidade para falarmos e negociarmos as nossas reivindicações. Foi mais um elemento para se adicionar ao pacote de maldades dos últimos meses contra os servidores públicos do Distrito Federal”. A avaliação é do secretário geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, e resume a frustração dos dirigentes dos sindicatos de servidores do GDF em relação à reunião convocada e realizada às pressas pelo governador Rodrigo Rollemberg, nessa quarta-feira (8), à noite, no Palácio do Buriti.

Segundo Rodrigues, a reunião foi convocada pelo governador, sem uma pauta anunciada e, o que é pior, com convidados estabelecidos pelo GDF, ignorando o Fórum em Defesa do Serviço Público, coordenado pela CUT Brasília e que reúne os sindicatos de servidores do DF. “O GDF quer criar um fórum próprio para nos desmobilizar e esvaziar, ignorando nossa forma de organização coletiva e nossa pauta comum.

“É um desrespeito, pois havíamos solicitado, verbalmente e por ofício encaminhado no início da semana à Secretaria de Relações Institucionais, agendamento de um encontro com o governo para tratar da pauta de reivindicações comuns do funcionalismo”, esclarece Rodrigo Rodrigues, coordenador do Fórum em Defesa do Serviço Público. Entre essas questões gerais estão os PLs 19, 20 e 21 que mexem no sistema previdenciário e são prejudiciais às aposentadorias e ao patrimônio do funcionalismo, que altera o poder de decisão no Instituto de Previdência em favor do GDF e o projeto que regulamenta e fere o direito democrático de manifestação no Eixo Monumental.

Terrorismo e mistura de pautas

O encontro desta quarta-feira começou com a exposição de gráficos e tabelas sobre as receitas e despesas do Distrito Federal. Após apresentar os gráficos, o secretário da Fazenda, Leonardo Colombini, afirmou que faltam R$ 3.857.034.875 para fechar o ano.  “Precisamos de R$ 3,8 bilhões, mas se conseguirmos arrecadar pelo menos R$ 1,4 bilhão, conseguirmos cumprir com a folha de pagamento com o pessoal”, afirmou o secretário da Fazenda.

Não é a primeira vez que o governo faz esse tipo de declaração, pedindo a compreensão diante da situação ou para tentar justificar aumentos de impostos à Câmara Legislativa, lembraram os dirigentes sindicais. Recentemente, o governo divulgou pela imprensa brasiliense, que o GDF  poderia atrasar os salários dos servidores a partir de outubro. A notícia  gerou protestos dos servidores e até uma nota do Sindser-DF de repúdio ao terrorismo praticado pelo governador contra as justas demandas dos servidores.

“O governo tem de parar de aterrorizar os servidores. Isso está parecendo uma caça às bruxas. Membros do governo tcópia de _MG_0753êm colocado na mídia que não tem dinheiro para pagar a folha do pessoal porque servidor tem salários muito altos e que somos oportunistas. O que na verdade é uma mentira deslavada. É uma forma de tentar fugir da discussão das reivindicações e de atacar os servidores que lutam por seus direitos”, avaliou o presidente do Sindser-DF,  André Luiz da Conceição, presente na reunião.

O governador também expôs outras soluções para conseguir aumentar as receitas do DF  até o final do ano e cumprir com suas obrigações, como usar recursos depositadas em contas judiciais e recursos do fundo constitucional, além da liquidação de 13 imóveis da Sociedade de Abastecimento de Brasília (SAB), extinguindo de vez o órgão.

“O governo tem de resolver esses problemas e isso nada mais é do que cumprir com sua obrigação de governar. O que vai acontecer com esses 400 trabalhadores da SAB? O GDF vai obter lucro com os imóveis e eles vão perder o emprego?” questiona o presidente do Sindser-DF.

“A SAB está condenada à extinção há 18 anos. Uma coisa eu garanto: a extinção vai acontecer e os trabalhadores vão ser remanejados como vem acontecendo”, explicou o governador Rodrigo Rollemberg.

Entretanto, os cerca de 400 servidores do órgão que aguardam o remanejamento foram surpreendidos  no mês passado com a notícia de uma possível demissão em massa, segundo o Sindser-DF.

Abertura ao diálogo e negociação

Apesar das expectativas frustradas tanto em relação às pautas comuns como às reivindicações específicas de cada categoria, os servidores demonstraram ao governador interesse para que o diálogo com o GDF se efetive:

“Nós não somos inimigos do governo, tanto que estamos aqui para dialogar. O povo do DF o elegeu para trazer soluções e melhorias aos problemas da nossa cidade. E precisamos ter a certeza de que o governo tem essa disposição, de querer melhorar as coisas. Começando pelo serviço público. Só que fica difícil com esse tipo de exposição e reunião”, disse o secretário de Imprensa e Divulgação do Sinpro-DF, Cleber Ribeiro Soares.

O coordenador do Fórum em Defesa do Serviço Público, Rodrigo Rodrigues, deixa claro que o Fórum quer uma efetiva abertura de diálogo e negociação coletiva, mas em torno da pauta comum dos sindicatos dos servidores, sem misturar as pautas específicas de cada categoria do funcionalismo. Estas cabem ser discutidas por cada sindicato com os órgãos do GDF.

Fonte: CUT Brasília

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