SAE-DF expõe crise nos sistemas educacionais i-Educar e Educa DF em audiência pública na CLDF
Sindicato cobra soluções para falhas nos sistemas de escrituração em audiência pública na CLDF

Em audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal, lotada de servidores da educação, o SAE-DF destacou as graves dificuldades enfrentadas com os sistemas i-Educar e Educa DF. A mesa contou com a presença do deputado Gabriel Magno (PT), dos diretores do SAE-DF Victor Hugo, Ana Quésia e Denivaldo Alves, além de representantes do SINPRO e da Secretaria de Educação (SEEDF).

Victor Hugo, diretor e coordenador regional norte do SAE-DF, relatou que o sistema precisa estar em pleno funcionamento para que os servidores possam atender o público com eficiência, evitando situações de constrangimento, como as vividas por secretários escolares que enfrentam agressões verbais de pais insatisfeitos. Ele comparou o i-Educar a uma “casa”, onde todos conhecem o sistema e as funções, enquanto o Educa DF seria uma “cidade complexa” em construção. “Estamos trocando o pneu com o carro andando”, resumiu. Em seu discurso, Victor Hugo questionou a SEEDF com cinco perguntas fundamentais para a melhoria dos sistemas:
- Quais são os prazos para a transição completa do i-Educar para o Educa DF?
- Como a SEEDF pretende melhorar a infraestrutura para evitar falhas de conexão?
- Que tipo de treinamento será oferecido aos servidores para a adaptação ao Educa DF?
- Como funcionará o suporte técnico para resolver problemas rapidamente nas escolas?
- Quais ajustes específicos estão sendo planejados para atender às limitações atuais do Educa DF?

Ana Quésia, diretora de imprensa do SAE-DF, compartilhou a perspectiva dos secretários escolares que convivem com as frequentes quedas do i-Educar em momentos críticos, como o final de bimestre, quando há um aumento de acessos. “Quando o sistema cai, a escola inteira para, e isso prejudica o atendimento à comunidade. Os pais saem frustrados, e não conseguimos garantir a transparência e a segurança dos dados sem o sistema operante”, afirmou Ana. Ela sugeriu que o i-Educar continue em uso até que o Educa DF esteja totalmente pronto, o que pouparia os servidores do uso simultâneo de sistemas, minimizando o impacto operacional nas escolas.

O deputado Gabriel Magno, um dos articuladores do evento, fez críticas à terceirização do sistema, apontando que o modelo aumenta os custos e coloca em risco a segurança dos dados dos estudantes. “Precisamos de um sistema funcional e seguro para todos, que respeite a integridade dos dados e o orçamento público”, enfatizou Magno.

Isaías Aparecido, secretário executivo da SEEDF presente à audiência, reforçou a necessidade de planejamento e da organização de um sistema estável para que as escolas possam operar com segurança e eficiência. Ele destacou que é “indispensável que o sistema esteja preparado para atender a rede de maneira uniforme e segura, sem essas quedas que desorganizam a rotina dos servidores e causam desconforto para a comunidade escolar”.

Denivaldo Alves, diretor jurídico do SAE-DF, sugeriu a criação de uma comissão paritária que inclua representantes dos sindicatos, da SEEDF e das escolas para avaliar e solucionar os problemas dos sistemas. “Precisamos garantir que o sistema funcione de forma adequada, pois todos os profissionais da educação dependem dele para atender aos estudantes e às famílias com dignidade”, enfatizou. Segundo Denivaldo, uma comissão mista poderia viabilizar um processo de diálogo contínuo e colaborativo, garantindo que o sistema seja ajustado conforme as necessidades dos servidores e da comunidade escolar.
A SEEDF apresentou algumas providências em resposta às críticas. Anunciou a criação de uma equipe de suporte técnico para oferecer apoio direto nas escolas e reforços na infraestrutura tecnológica para evitar interrupções. Também indicou um planejamento de comunicação entre a Secretaria e as unidades escolares, visando antecipar e minimizar problemas nos períodos de alta demanda, como matrículas e fechamento de bimestres.
Ao final da reunião, ficou acertada a apresentação do planejamento de aperfeiçoamento do sistema à comissão formada e uma reunião com o Ministério Público para pactuar uma solução definitiva.
Veja a audiência completa: