SAE-DF realiza palestra sobre Enfrentamento ao Idadismo Estrutural e Educação de Pessoas Idosas

Na manhã desta segunda-feira, 4 de novembro, o SAE-DF promoveu uma palestra sobre o enfrentamento ao idadismo estrutural e a importância da educação para pessoas idosas. Conduzido por Grasielle Silveira Tavares, terapeuta ocupacional, professora da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora com a Profa Leides Moura do Projeto de Extensão “Construindo uma universidade para todas as idades“. O evento reuniu profissionais da Carreira de Políticas Públicas e Gestão Educacional (PPGE), especialistas e lideranças sindicais para discutir as barreiras enfrentadas pelas pessoas idosas e o papel da educação na construção de uma sociedade inclusiva e sem preconceito etário.

A palestrante Grasielle Silveira Tavares destaca compromissos e ações para combater o idadismo e promover a diversidade geracional durante o evento organizado pelo SAE-DF. Foto: Ricardo Bastos

Celebração e compromisso com o envelhecimento ativo

Antônia Holanda, 78 anos, participa da palestra sobre idadismo no SAE-DF.

Um dos momentos emocionantes do evento foi a fala da companheira da PPGE, Antônia Holanda Macedo, de 78 anos, que comemorou seu aniversário no mesmo dia da palestra:

“Hoje é um dia especial por dois motivos: meu aniversário e a oportunidade de participar desta palestra tão aguardada sobre idadismo. Eu estava ansiosa para discutir essa questão que nos afeta tanto. Envelhecer é um privilégio e um direito, e precisamos garantir que seja respeitado”, compartilhou Antônia, ressaltando a importância do tema na vida dos profissionais da PPGE e da sociedade em geral.

Análise de dados e alerta para o preconceito etário

Jairo de Souza Júnior, fala sobre o impacto do idadismo no mercado de trabalho durante a palestra promovida pelo SAE-DF. Foto: Ricardo Bastos

Jairo de Souza Júnior, professor e coordenador do Fórum Distrital da Sociedade Civil em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, trouxe dados alarmantes sobre o preconceito etário no mercado de trabalho.

“Agradeço ao SAE-DF pelo pioneirismo no movimento sindical ao trazer um debate de tamanha relevância. Precisamos entender a gravidade do idadismo. Hoje, 82% das empresas não contratam pessoas com mais de 40 anos, e 80% não possuem plano de carreira para a terceira idade. Em 2018, apenas cinco ações judiciais tratavam de demissões por idade; em 2024, já são quase 400”, afirmou Jairo.

Ele também destacou a importância do movimento sindical em defender os direitos dos trabalhadores mais velhos.

Vocês que estão nas escolas e conhecem as dificuldades dos companheiros, sabem o quanto é importante debater e identificar esses casos. É um processo complexo, mas necessário, e temos uma legislação robusta para nos apoiar: a Constituição proíbe a discriminação por idade, e o Estatuto do Idoso reforça essa proteção. Precisamos ter essa consciência para garantir que nossos direitos sejam respeitados”, concluiu.

Reflexões e compromissos do SAE-DF

Weila Almeida ao lado da palestrante Grasielle Silveira Tavares durante a discussão sobre idadismo e inclusão de pessoas idosas promovida pelo SAE-DF. Foto: Ricardo Bastos

Weila Almeida, Assistente Social e integrante da carreira PPGE, reforçou a relevância do tema e o papel das instituições educacionais na promoção da inclusão.

“O idadismo é um desafio que todos precisamos enfrentar juntos. Cada vez que promovemos uma palestra como esta, estamos plantando uma semente para uma sociedade mais justa. O preconceito contra a idade precisa ser discutido em todas as esferas, e as escolas têm um papel fundamental nisso. Precisamos garantir que nossos espaços educacionais acolham e valorizem a diversidade etária, promovendo o envelhecimento ativo e a dignidade de todos”, ressaltou Weila.

Denivaldo Alves discursa sobre a importância do combate ao idadismo e o compromisso do sindicato com os direitos dos trabalhadores idosos durante a palestra promovida pelo SAE-DF. Foto: Ricardo Bastos

Denivaldo Alves, diretor jurídico do SAE-DF, também destacou o compromisso do sindicato na defesa dos trabalhadores.

“O SAE-DF está comprometido em atuar contra qualquer tipo de discriminação, especialmente a etária. Nossa assessoria jurídica está à disposição para orientar e auxiliar na luta pelos direitos dos nossos filiados. A discriminação por idade é crime, está na Constituição e no Estatuto do Idoso. Vamos usar essas leis a nosso favor, promovendo o respeito e a igualdade de oportunidades para todos”, declarou Denivaldo.

Educação e Inclusão: Um Direito para Todas as Idades

A palestra trouxe à tona dados que ressaltam os benefícios da leitura e da educação continuada para a saúde e longevidade. Foi citado um estudo da Universidade de Yale que aponta que a leitura regular pode reduzir em até 20% o risco de mortalidade, reforçando a importância do acesso à educação para todas as idades. O programa “UnB 60+”, que oferece vagas específicas para pessoas idosas, foi destacado como exemplo de inclusão educacional que respeita e valoriza a experiência de vida dos mais velhos.

Agradecimento Especial e Compromisso Futuro

Ao final do evento, o SAE-DF expressou seu agradecimento especial à palestrante Grasielle Silveira Tavares e ao Grupo de Trabalho “Envelhecimento Saudável e Participativo” do DAC/DASU da UnB por contribuírem de forma tão enriquecedora para o debate sobre idadismo. O sindicato incentivou todos os presentes a continuarem o engajamento no tema e convidou-os a visitar o site do grupo (www.envelhecercotidiano.com.br) para mais informações e materiais sobre envelhecimento saudável e inclusão.

Com esse evento, o SAE-DF reafirma seu compromisso em construir uma sociedade que respeite a diversidade geracional e promova os direitos das pessoas idosas, fortalecendo o combate ao idadismo e a promoção de um envelhecimento digno para todos.


 

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