A GREVE, O SIA E OS 300 DE ESPARTA- Texto de Cláudio Silva, servidor da carreira assistência à educação

A GREVE O SIA E OS 300 DE ESPARTA

ESPARTA

Ante a conjuntura exposta e agravada ainda mais pela inabilidade do governo ROLLEMBERG que de forma opressora manipulou a imprensa a seu favor com o discurso da lei de responsabilidade fiscal e falta de dinheiro e por consequência jogando a população contra os servidores públicos; descumprindo leis, tirando direitos conquistados, atrasando pagamento, não pagando décimo terceiro em dia e cancelando o pagamento da licença prêmio para quem estava aposentando; a diretoria do sindicato vendo esse massacre que assolava nossa carreira, heroicamente buscou de forma incessante negociar com o governo para que pudesse haver um acordo onde não perdêssemos nossos direitos. Mas o governo irredutível com seu discurso, manteve seu autoritarismo militar agravando nossa situação, enquanto trabalhadores, nos levando ao impasse da GREVE, deliberada em assembleia, fato que ocorreu também com outras 32 categorias de servidores públicos.

 DURANTE A GREVE NASCEM OS 300 DE ESPARTA.

 Durante esse período de greve, a diretoria do sindicato estabelece poder ao COMANDO DE GREVE, para deliberar todos os rumos da mesma e sendo subordinada apenas ao colegiado da ASSEMBLÉIA GERAL. Começou então um enorme confronto entre sindicatos e governo. Uma batalha entre Davi e Golias. É preciso engrandecer esse COMANDO DE GREVE e chamá-lo de OS 300 DE ESPARTA, pois a bravura com que cada soldado desse exército foi para as escolas, regionais, sedes da secretaria e SIA, foi um ato de extrema coragem. Sob sol e chuva, pela manhã ou à noite, OS 300 DE ESPARTA estavam lá na luta incansável. Porém os 300 DE ESPARTA não tinham como adversário somente o governo. Era preciso lutar também contra a imprensa, a opinião pública, os fura greve, governistas e o inoportuno oportunismo da oposição. Mas pergunto, oposição a quê? A greve? A Diretoria que estava o tempo todo defendendo os direitos da carreira? Ao comando de greve? Oposição a quê? Um grupelho de meia dúzia de branquinhos que não faziam outra coisa senão ensaiar vaias para o COMANDO DE GREVE. Vaiar OS 300 DE ESPARTA. Um grupelho de branquinho representado por outro branquinho que sequer participou do COMANDO DE GREVE. Olha só branquinho, fazer oposição é fácil pois o sucesso incomoda, difícil é fazer parte do heroísmo e bravura DOS 300 DE ESPARTA, esses são heróis de luta, de batalha de guerra e de greve.

 APÓS A SUSPENSÃO DA GREVE. – O QUÊ GANHAMOS?

Como já esclarecido e sabido por muitos, a greve foi suspensa, não pela diretoria do sindicato, mas pela decisão do COMANDO DE GREVE, OS 300 DE ESPARTA, que avançou até onde foi possível, e vendo a desmobilização e o cansaço do conjunto da categoria e vendo um grupelho de branquinhos que ao invés de fazer greve, aproveitavam-se da assembleia para fazer campanha eleitoral, propôs de forma sábia, a SUSPENSÃO DA GREVE. Proposta que foi submetida ao poder majoritário e soberano da assembleia geral que aprovou de forma unânime em pleno exercício de democracia

Para entender o que ganhamos é preciso saber o que estávamos perdendo e o que não tínhamos. Em 10 meses de governo Rollemberg, vejamos o que iria ser feito com nossa carreira:

1- O governo ia parcelar nosso pagamento mensal, conforme já aconteceu em outros estados.

Ato do SINDICATO: Nosso sindicato participou do FÓRUM criado para defender nossos direitos e conseguiu impedir esse parcelamento de nosso salário.

2- O governo ia atrasar nosso pagamento mensal.

Ato do SINDICATO: Nosso sindicato através da comissão de negociação, buscou junto com o FÓRUM, ajuda de parlamentares que aprovaram a retirada de recursos do IPREVI para que assim fosse efetuado nosso pagamento em dia, a saber, 1.250.000,00 (Um bilhão e duzentos e cinquenta milhões.)

3- O governo queria acabar com o nosso direito a licença prêmio, como em outros estados.

Ato do SINDICATO: O sindicato através da comissão de negociação, conseguiu reverter essa situação. Ou seja, ainda temos direito a licença prêmio.

4- O governo cancelou o pagamento da licença prêmio para quem estava aposentando.

Ato do SINDICATO: Com a greve, foi conquistado o direito a esse pagamento em quatro parcelas.

5- O governo dizia que não iria pagar a última parcela do reajuste prevista para outubro de 2015.

Ato do SINDICATO: Com a greve, a comissão de negociação do sindicato conseguiu que esse valor seja efetuado em outubro de 2016.

6- O governo seque falava em pagar o retroativo referente a esse valor do reajuste.

Ato do SINDICATO: Com a greve, a comissão de negociação do sindicato conseguiu garantir em acordo, que esse valor seja pago em 2017.

 COM A GREVE, O QUE CONSEGUIMOS GARANTIR ALÉM DO QUE QUERÍAMOS?

– Reajuste do Auxílio alimentação a ser pago pelo GDF quando houver condições financeiras.

– Publicação da portaria para tratar da reestruturação da carreira.

– Indicação de 3 membros do sindicato para compor o Grupo de Trabalho que irá tratar da assistência à saúde e mudança de nomenclatura da especialidade do cargo de agente.

– Concurso público em andamento. Serão realizadas reuniões com o sindicato.

– Concurso de remoção e remanejamento. A secretaria irá dar prosseguimento a essa demanda nossa.

– Ocupação de todos os cargos e funções administrativas da Secretaria de Educação, pela Carreira Assistência a Educação. Governo fará levantamento sobre a situação e a regularizará.

– Contrato temporário conforme a necessidade. A Secretaria fará levantamento da necessidade e da legalidade.

– Negociação de todos os dias de falta devido a paralisação de greve.

 Então amigos grevistas, isso é o que foi possível negociar com o governo diante do movimento de greve que fizemos. Pois entre a realidade que estamos vivendo e o desejo do sonho que queríamos, existe a luta. Lembro sempre: A nossa conquista será do tamanho da nossa mobilização. OS 300 DE ESPARTA foram heróis, o COMANDO DO SIA foi herói, mas a maioria da carreira estava trabalhando. E aí, não há heroísmo diante da traição. Queríamos muito, ou pelo menos o bastante ou o que nos é de direito. Conseguimos pouco. É suficiente? Não. Mas lutamos bravamente com os heróis que tínhamos e ocupamos SIA, SEDE DA FEDF, REGIONAIS, ESCOLAS; aparecemos no jornal e até na TV GLOBO. Fica aqui então o recado aos que se furtaram a luta. A greve está só SUSPENSA. Por isso dou todo mérito dessa pequena, mas muito representativa conquista, aos que realmente fizeram greve, AOS BRAVOS DO SIA, A COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO E AOS 300 DE ESPARTA. E conclamo a todos que não participaram, para se juntarem ao nosso grito de luta por nossos direitos. VIVA O SIA, VIVA OS 300 DE ESPARTA, pois a luta continua sempre.

Claudio Silva.

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