Doação de órgãos X Autorização da família

O Ministério da Saúde lançou uma campanha para estimular os profissionais de saúde a notificar os casos de morte cerebral às centrais estaduais de transplantes, além de incentivar a família autorizar a doação dos órgãos desses pacientes.

Com o slogan “Seja um doador e só assim serei feliz, bem feliz”, a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos terá recursos de R$ 76 milhões.

Desse total, R$ 10 milhões serão destinados à capacitação de mais de 2 mil profissionais de saúde para tratar a questão do transplante com os parentes dos possíveis doadores.

Barreira

Para doar um órgão ou tecido, não é preciso assinar um documento por escrito. A família é quem precisa estar ciente da sua vontade, já que é ela que autoriza a doação em caso de morte cerebral.

No entanto, a recusa de parentes é apontada pelo Ministério da Saúde como um dos obstáculos para aumentar o número de transplantes no País. Segundo o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Alberto Beltrame, em 24% dos casos de morte cerebral, a família não autoriza a doação.

“A abordagem precisa ser aperfeiçoada e profissionalizada. A entrevista com a família tem técnica e pretendemos melhorar os entrevistadores na realização dessa tarefa, que é determinante para a doação ou não dos órgãos”, destacou Beltrame.

Notificações

Beltrame ainda ressalta que, somente 50% das mortes cerebrais são notificadas pelos médicos. Para tentar reverter esse quadro, o ministério aumentou para R$ 600 o valor de remuneração pelos exames complementares para o diagnóstico da morte encefálica.

De acordo com o secretário de Atenção à Saúde do ministério, a remuneração maior vai permitir que esses exames sejam realizados com mais rapidez.

Incentivo

Foram reajustados também os valores pagos pelas cirurgias de transplantes de córnea e de coração, com o objetivo de incentivar esse tipo de cirurgia no Sistema Único de Saúde (SUS).

O governo prevê ainda a criação de 80 leitos na rede pública para o transplante de medula óssea, equivalente a R$ 16 milhões, e a implantação de bancos de tecidos (córnea, pele e osso) em dez estados, com investimento de R$ 20 milhões.

Dados

Em 2009, foram realizados 20.253 transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão),córnea e medula óssea no Brasil. No primeiro semestre deste ano, foram 2.367 transplantes, um aumento de 16,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Cerca de 60 mil pessoas aguardam na fila por um órgão, conforme dados do governo. O tempo de espera varia de acordo com a unidade da federação e com o tipo de órgão ou de tecido doados.

De acordo com o ministério, com a campanha e os investimentos, a intenção é aumentar em até 20% o número de transplantes realizados no País.

A campanha será veiculada na internet, em veículos impressos e nas emissoras de rádio e televisão a partir do dia 6 de outubro.

Como posso me tornar um doador de órgãos? Para saber mais, clique aqui.

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