Mais educação contra a crise econômica
A crise financeira mundial, que começou em 2008, está impactando o financiamento para a educação. Essa é a realidade da maioria dos países que, a pretexto da crise econômica, estão promovendo cortes de recursos em setores da economia que atingem principalmente os mais pobres. Em Portugal, por exemplo, o governo cortou 800 milhões de euros do orçamento anual da educação pública.
A IE aprovou uma resolução na qual critica o modelo de recuperação da crise e convoca todos os sindicatos membros que exijam que o financiamento da educação pública continue sob responsabilidade dos governos e de, no mínimo, 6% do PIB.
Para a IE não é possível que aqueles que estão no poder usem a crise financeira para lançar uma segunda onda para dizimar os serviços públicos. “Sem professores, assistentes sociais e enfermeiros oferecendo os serviços públicos, não podemos atingir os objetivos do milênio”, diz o texto.
O presidente da CNTE, Roberto Leão, foi um dos delegados da IE que defendeu a resolução. “No Brasil, nós entendemos que a educação não pode ser responsável por pagar a conta da ganância financeira. A educação pública que defendemos é a de qualidade, socialmente referenciada, que constrói cidadania e prepara as pessoas para intervirem de maneira consciente na sua vida, na sua história. Nós entendemos que a educação precisa de muito investimento e defendemos que no nosso país haja investimento de ao menos 10% do PIB na educação pública, porque acreditamos que a grande escola é a escola pública capaz de promover o desenvolvimento independente, de autonomia, solidário, democrático e construído com a participação de todos. Por isso, nós consideramos importante a aprovação dessa resolução para que tenhamos a educação que se preocupa com o ser humano e não o mercado”, ressaltou Leão.
(CNTE)