SAE-DF participa de debate na CLDF e expõe desafios enfrentados por autistas no serviço público

No último mês, uma audiência pública promovida na Câmara Legislativa do Distrito Federal trouxe à tona os desafios enfrentados por servidores públicos autistas, revelando relatos de discriminação e preconceito. O encontro teve a participação do SAE-DF e de profissionais que atuam na educação e monitoramento de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), além de deputados engajados na luta pela inclusão.

Sérgio Ricardo Gomes Dionísio, analista de Políticas Públicas e Gestão Educacional (PPGE) e Diretor Executivo da Secretaria de Novas Tecnologias e Redes Sociais do SAE-DF, iniciou sua fala destacando o trabalho realizado no chão das escolas, onde monitora estudantes autistas no Centro de Ensino Especial de Taguatinga. Sérgio enfatizou o desafio cotidiano de combater o capacitismo e a falta de compreensão por parte da sociedade em relação às necessidades desses alunos.

Ele ressaltou que, apesar dos esforços dos profissionais, muitas vezes a inclusão é dificultada pelo preconceito, o que gera sofrimento não apenas para os estudantes, mas também para suas famílias. “O preconceito é explícito e manifesta-se em forma de separação e falta de um ambiente adequado para regulação. Precisamos lutar contra isso”, disse Sérgio, referindo-se ao caso de uma monitora que enfrentou preconceito no ambiente escolar após ser diagnosticada com TEA.

A fala de Sérgio ecoou entre os presentes, e seu apelo para que se diga “não ao capacitismo, seja velado ou não”, foi aplaudido. Ele também reconheceu a importância da audiência pública organizada pelo deputado Eduardo Pedrosa, que, segundo Sérgio, está empenhado nas causas que envolvem a inclusão de pessoas com deficiência no serviço público.

Na sequência, Victor Hugo Martins de Borba, também analista de Políticas Públicas e Gestão Educacional, presidente da Associação de Monitores do Distrito Federal (AMO) e também diretor do SAE-DF, trouxe sua experiência como monitor desde 2009. Victor destacou o impacto positivo do trabalho dos monitores na formação de alunos autistas que, hoje, estão inseridos no mercado de trabalho. No entanto, ele lamentou que a realidade de muitos ainda seja marcada pela exclusão e pelo preconceito.

Victor expôs a dificuldade de inserção de pessoas com TEA no serviço público, mencionando que uma porcentagem mínima dos alunos autistas que acompanharam em sua trajetória consegue avançar em concursos públicos. Para ele, o problema vai além da falta de leis, está na ausência de responsabilização e fiscalização sobre o cumprimento das normativas já existentes. “Não nos faltam leis, nos falta responsabilização em cima das entidades que têm a obrigação de colocá-las em prática e não o fazem”, afirmou Victor.

Os participantes da audiência enfatizaram a necessidade de espaços adequados nas instituições públicas para que servidores autistas possam se regular em momentos de crise, além de reforçar o compromisso com a criação de ambientes mais inclusivos e menos preconceituosos.

Essa audiência pública revelou que, embora o Distrito Federal tenha sido pioneiro na criação do cargo de monitor, há muito a ser feito para garantir que as pessoas autistas, tanto alunos quanto servidores, possam usufruir de seus direitos de forma plena e digna no ambiente de trabalho. O SAE-DF segue atento a essas questões, participando ativamente de discussões que visam a construção de um serviço público mais inclusivo para todos.

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